Num determinado setor de uma empresa trabalhavam 3 homens com funções X, Y e W específicas. E por um determinado período de tempo - carga horária - também uma mulher com sua função Z. Para além destes, que tinham funções mais fixas, existia uma rotatividade de muitos outros homens, que se alternavam diariamente numa outra função.
Pois bem, a mulher que cumpria seu período no local era deveras atraente e frequentemente "assediada" por grande parte dos homens dali. Por assediada aqui me refiro a aquelas brincadeirinhas marotas, "inocentes", sempre que surgia uma oportunidade. Ela sempre muita educada e elegante, por vezes ignorava, vezes sacudia a cabeça em tom de desaprovação, noutras surfava na onda e ria, sempre dependendo do nível e teor da brincadeira.
Ela sabia se portar, pois é evidente que estava acostumada com tudo isso.
A grande questão e um detalhe importante é que ela tinha namorado, o qual era, segundo a maioria, um cara decente, além de ser louco por ela.
Sim.
Isso enaltece ainda mais a postura dela.
E não deveria ser preciso enaltecer algo assim, pois em síntese é algo que supostamente deveria ser inerente ao fato de se estar compromissada com alguém. Porém, em dias como os de hoje, onde ser-se fiel é uma qualidade cada vez mais rara, cabe a menção honrosa :D...
Seguimos...
E então surge esse homem... para ocupar uma vaga deixada por um dos 3 homens lá de cima.
E esse homem é diferente da maioria dos que ali estão.
E isso se evidenciava pela sua postura e maneira respeitosa que sempre tratou a mulher.
Não que ela não a achava bonita e atraente, mas porque ele era um cara correto e que respeitava o fato dela ter namorado (cabe até um inclusive haha).
E com o passar do tempo ambos foram construindo uma relação de muito carinho e respeito.
E em dado momento dessa convivência ela passou a despertar sentimentos nele. A chamar sua atenção.
E ele começou a se sentir atraído por ela, e sente que algo despertava nela também.
Cada vez mais ficava evidente sua conexão, sendo percebida e comentada por alguns.
E essa atração tornava-se cada vez maior e já estava difícil esconder.
O desejo aumentava.
Ele estava mesmo atraído por ela, como jamais esteve por alguém até então.
E chegou um ponto em que não aguentaram, e confessaram um ao outro o que sentiam.
E seguiram assim por um tempo, alimentando em silêncio, um silêncio que há muito já falava alto.
...
E não faltaram oportunidades, tampouco vontade de ir além das confissões e ceder ao já quase insustentável desejo, PORÉM, permaneceram na mesma...
E por um momento ele quase perdeu a cabeça, mas conseguiu segurar-se no último instante. Porque ele é correto e sabe que é errado.
Até que, em certo ponto, ela lhe disse que ele tinha de "conquista-la". E foi ali, precisamente, que ele conseguiu ver além da atração e desejo que sentia por ela, e decidiu deixar isso de lado.
É porque nesse contexto o conquistar a que ela se referia seria algo do tipo "embora eu queira você, estou namorando com um cara decente, que faz tudo por mim, e preciso me certificar que você será tão bom quanto ele, logo, você precisa provar que me merece".
E muita(o)s aqui dirão "ora, mas ela está certa!" em não querer "trocar" o certo pelo duvidoso e o homem tem sim que "provar" a ela que a merece.
Mas os fatos/contexto deve ser analisado pelo todo e desde o inicio...
1ºEles não fizeram nada de errado, porque...
2ºEmbora se diga que a traição começa no pensamento (isso mais especificamente em relação a ela que é comprometida), é preciso ter claro que atração não é algo que se controla. Ela acontece quando há polaridade masculino e feminino. E nesse caso em específico, pelo sentimento dúbio ou a falta de um sentimento mais consistente dela em relação ao seu namorado;
3ºE o fato é que não avançaram/efetivaram um ato de traição;
4ºEles não pediram para sentir isso;
...
5ºAo expressar o desejo de ser "conquistada", revelou um interesse narcisista - objetivo narcisista de obter validação e atenção, o que se bobear e baseado no que fora dito, já até recebia do seu namorado.
6ºE as expressões "não querer trocar o certo do duvidoso" e o "homem tem que provar que a merece" são típicas do ego.
Porque o ego é fraco, o ego tem medo, logo não arrisca, exceto quando sabe que vai ganhar e ou que não vai "perder" nada = manutenção do orgulho que tem daquilo que pensa que é ... o ego precisa, logo, se aproveita da necessidade do outro e age ardilosamente...
Não gosta de perder, mas a verdade é que... sempre perde ao final ol, mesmo quando pensa que ganhou.
Pois, quem manipula está a atuar e fingir, logo, não é a realidade do que é, portanto, não se sustenta. Pois o ego é negativo, logo não tem energia para manter isso.
Obs.:
Nada que não seja real e verdadeiro - não íntegro, que não venha do Espirito - se sustenta, tampouco é positivo, agradável e estimulante.
Portanto, as pessoas de valor/íntegras, afastam-se naturalmente das não integras tão logo as percebam em sua essência/vejam como são.
E foi justamente isso que aconteceu.
7ºAdicional:
E outro fato curioso na história é o de que a mulher em questão já havia dito ao homem que já havia feito algo semelhante anteriormente... sim, para ficar com o namorado atual ela havia terminado com o outro com quem estava. Claro, nesse caso ele não a tratava bem.
Mas, seja como for, é um indicativo de que essa mulher sempre e quando lhe convém acaba por deixar o namorado atual - mesmo que a trate bem, como nesse outro caso - se entende que tem alguém disponível que seja "melhor", que ofereça mais a ela e esteja interessada nela; ou mesmo por um interesse narcisista de validação e atenção e ou desejo sexual e ou mesmo uma paixão.
Ela permanece com um que lhe é útil até aparecer alguém o qual ela entenda ser melhor/tenha mais a oferecer. Isso é típico do ego.
Entende o que quero dizer?
"Era cilada, Bino!" :D
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Mas e então, finalmente, Autorrespeito e Integridade.
Sim.
O homem.
Um homem que fora fiel a si próprio.
E isso é o que fica, é isso o que de fato importa.
Desejos são fugazes, e fazem parte do nosso eu animal/primitivo.
Já princípios moldam nosso comportamento e as nossas decisões, definindo o nosso caráter.
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E diz-se que já naquela época - ou desde sempre, na verdade -, mesmo sem ter a clareza e convicção naquela altura de tudo isso e nessa profundidade, ele já se respeitava.
Autorrespeito.
O primeiro indicativo de que uma pessoa se ama é o Autorrespeito.
Que se ama se estima, se respeita, só quer o melhor para si, sempre.
Se não consegue fazer isso, abrir mão de certas coisas é porque não há amor ali/por si.
Pode haver orgulho, apego, dependência, desejo, necessidade de validação, mas não amor.
Isso é incompatível com amor. Isso é ego, carência em seu mais alto grau.
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Ele não sabia lá muito bem quem era e o que queria, ainda sim era fiel a si próprio e aos seus princípios e valores, antes de tudo.
E porque era integro, teve consideração pela mulher e não a julgou. Apenas apercebeu-se dos fatos e se afastou.
E porque era integro não via a mulher apenas como um objeto do qual se pode obter algo - prazer.
Ele não se deixou, mesmo após desenvolver sentimentos por ela e ter reciprocidade, se levar/dominar pela atração e desejo que sentia por ela, até o último momento conseguiu controlar-se.
E isso meus amigos e amigas, isso é Integridade - fazer o que é certo fazer independente de como se sente, sem colocar seus interesses pessoais ou dores acima dos outros.
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Já ela sentiu-se atraída por ele porque percebeu que era diferente de todos os outros. Entre outras coisas e principalmente p e justamente porque não a via como um objeto. Algo do tipo "ele me respeita, ele é gentil. Não faz brincadeiras idiotas. O que será que esse cara tem?"
Mas claro que tudo isso só foi possível porque ele era o tipo físico que apetecia a ela, e isso é importante.
Num outro momento falarei a respeito....
Embora, mesmo que não fosse o caso, poderia vir a sentir atraída, pois tipos como este deixam a maioria das mulheres intrigadas - exceto as excessivamente orgulhosas que só desejam mesmo obter orgulho e validação, no caso, os elogios, bajulações, adulações, etc.
E ainda assim, mesmo que fosse o caso de não haver atração em nível de intimidade, houve certa conexão em nível pessoal.
Mas houve a atração, e isso se deu devido a polaridade masculino-feminino (sobre isso já há um post especial de 1ª lá no blog; vale mesmo a pena ler :D), ou seja, ele era um homem masculino e ela uma mulher feminina. O Masculino atrai o Feminino e vice-versa.
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Uma não tão breve história que em síntese mostra que nós sempre podemos escolher, e que quando há Integridade se escolhe o que está certo, em vez do que é fácil.
No caso Autorrespeito - Amor a si -, ao invés do prazer - desejo fugaz do eu primitivo.
E é isso, o caminho da Integridade não é fácil, mas vale a pena.
Para percorre-lo é preciso Coragem.
É preciso ser forte para se manter fiel a si próprio.
Porque aquilo que somos define aquilo que vamos viver.
É a nossa verdadeira essência que potencializa o tipo de vida que temos, e uma essência íntegra e feliz vive uma vida íntegra e feliz.
Integridade é felicidade (a única e verdadeira)
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Grato por ter chegado até aqui.
RVM